Autoconhecimento

O Sonho para a Psicanálise de Freud

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Freud, em 1900, publicou o livro “A interpretação dos Sonhos” e, como consequência, o sonho deixou de ser interpretado como premonição e manifestação divina, e passou a ser visto como uma ferramenta e/ou uma via que dá acesso ao inconsciente.

Freud já havia entendido que os sonhos dos seus pacientes eram a porta de entrada das memórias, principalmente, da infância antes mesmo do período que se submeteu a autoanálise, entre 1896 e 1899. Foi nesta época, que ele compreendeu que o sonho era uma ferramenta capaz de acessar o que estava submerso no Iceberg.  Neste período de autoanálise, que ele mantinha um diário que anotava tudo que lembrava dos seus sonhos. Foi assim, que reuniu 160 sonhos, um apenas da infância, os outros correspondem a época da sua autoanálise, segundo a Revista Superinteressante (Texto: Alexandre Carvalho).

Os sonhos têm sido usados para facilitar e/ou agilizar o processo terapêutico, principalmente, quando não há consciência da dor emocional. Mas, há divergência entre Freud e Jung no conceito do sonho. Para Freud (1856 – 1939), os sonhos são mensagens do inconsciente sobre os desejos reprimidos. “O sonho é a estrada real que conduz ao inconsciente”, ele escreveu em seu livro. Já o Jung (1875 – 1961), defendia os sonhos eram uma tentativa do consciente de regular e compensar as situações vividas, principalmente, na infância.

Segundo o Freud a formação dos sonhos se divide em três vieses:

  1. Estímulos sensoriais – internas e externas: estímulos percebidos a partir dos 05 (cinco) sentidos (olfato, paladar, visão, audição e tato), quer dizer, há uma grande variedade de sensações, que são percebidas graças ao sistema nervoso e aos nossos órgãos dos sentidos;
  • Restos diurnos: situações vivenciadas ao estarmos acordados e que há algum significado para o indivíduo;
  • Conteúdos inconscientes reprimidos: sentimentos, desejos, traumas e pensamentos reprimidos no inconsciente.

Desta forma, percebe-se uma dinâmica de processo de captação de informação que é impresso na mente inconsciente e, consequentemente, se materializa em forma de sonho quando as pessoas estão dormindo. Assim, os sonhos são a representação dos desejos, medos e segredos como já foi abordado anteriormente.

Estas representações que são os pensamentos oníricos (conteúdos inconscientes) são os conteúdos manifesto e latente.  O conteúdo manifesto é exatamente o que se conhece como o sonho: aquilo que a consciência percebe, a história que é lembrada ao acordar. Já o latente (oculto) é o verdadeiro significado do sonho, é a tentativa do inconsciente de realizar o desejo reprimido. E como funciona esse processo? O trabalho do sonho foi o nome dado por Freud, e para transformar em conteúdo manifesto –, o desejo escondido passa por distorções que a mente cria para transformá-lo em uma história mais aceitável. E o que isto quer dizer? Que o sonho é entregue no sentido figurado e precisa ser interpretado por um Psicanalista – Especialista em Interpretação de sonhos.  

O sonho é um mestre dos disfarces, assim, há duas distorções que agem sobre os desejos que estão armazenados no inconsciente. São eles:

  1. Deslocamento: é quando o sonho transforma em outra coisa o desejo e/ou trauma que o inconsciente quer manifestar. E o que isto quer dizer? O inconsciente acha uma brecha para comunicar a emoção que está reprimida;
  2. Condensação: é juntar (condensar) um único sonho duas ou mais desejos e/ou pensamentos traumatizantes. E o que isto quer dizer? Que o sonho, muitas vezes, traz a tona muitas situações em um só sonho.
  3. Simbolização/Representação: é quando o sonho aparece de maneira distorcida e com simbolismo. E o que isto quer dizer? Que o sonho não aparece com uma mensagem direta e, sim, cheia de metáforas e quem consegue interpretá-lo é o Psicanalista que está acompanhando o processo terapêutico do paciente.

Nota-se, o sonho traz informações do id (inconsciente) e entrega estas informações (conteúdos) de maneira alterada. Por quê isto acontece? Porque há o Ego que tem mecanismos de defesa e reprime as memórias de dor, assim, o sonho nos traz informações que precisam ser resolvidas, ressignificadas e transformadas de forma tolerável e aceitável as pessoas.

Os sonhos são o caminho e a estratégia usada pela mente para entregar ao indivíduo aquilo que ele não enxerga ou não quer enxergar. E por que a maioria das pessoas fingem não enxergar as dores emocionais? Ah, as dores emocionais. Normalmente, elas optam em esquecê-las e/ou guardá-las numa caixinha trancada, assim, acredita-se que com o tempo a dor passe, mas na prática há a necessidade de curar as feridas. Isto não quer dizer, que elas nunca existiram. Não é isto! Significa que ela não pode controlar a vida das pessoas. Entende?!

O que você não resolve na sua mente, o corpo transforma em doença emocional e/ou física. Assim, o ideal é decidir transforma-se na sua melhor versão eliminando/ressignificando as suas memórias de dor com o acompanhamento de um Psicanalista que você tenha empatia (rapport) e sinta segurança.

O sonho é mais uma ferramenta de cura!

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