Autoconhecimento

“O inconsciente: Freud e Jung”

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O inconsciente é carregado de emoção e há tempos muitos estudiosos -, Psicanalistas, Psicólogos e Neurocientistas -, buscam desvendá-la.  É claro que cada um aborda o termo inconsciente com um olhar diferente, mas não menos importante para a ciência. Muito pelo contrário, as abordagens são ricas e, desta forma, o inconsciente vai sendo desvendado e nos possibilita adentrar, vasculhar, desmistificar, ressignificar e entregar para a sociedade informações que possibilitam que os profissionais da área de autoconhecimento possam desempenhar a missão de transformar vidas.
Neste texto, será abordado o significado do inconsciente para Freud e Jung, mas não há certo ou errado, apenas trazer a diferença de entendimento entre os dois e, principalmente, mostrar que independentemente do olhar, há por trás dos entendimentos, muita pesquisa, estudo, esforço, empenho e desafios que foram superados nas caminhadas de Freud e Jung.  
Freud, Pai da Psicanálise, dedicou a vida a desenvolver uma teoria que revelasse o funcionamento da mente e a palavra-chave dessa teoria é o inconsciente.
Para abordarmos o inconsciente do Freud (1856-1939), faz-se necessário, voltarmos um pouco no tempo.  Ainda jovem, em 1885, ele ganhou uma bolsa de estudos para estudar hipnose com o médico neurologista renomado, Jean Charcot, em Paris. A partir das experiências adquiridas, Freud passou a considerar que existia algo por trás daquilo que fazemos. As coisas que fazemos e pensamos não são meros produtos racionais ou pelo menos conscientes, existia algo chamado inconsciente.
A hipnose que é uma técnica que altera o estado de consciência do paciente, fez sentido, tanto que entre 1893 a 1896, Freud juntou-se com Josef Breuer, médico respeitado e renomado. Esta parceria, possibilitou tratar os traumas vividos no passado dos pacientes por meio do método catártico que traz a luz todas as memórias traumáticas e ressignificadas, posteriormente.
 
Mas, ele percebeu que faltava algo e, foi aí que ele resolveu abandoná-la.
Em seguida, passou a usar a técnica de pressão que pressionava a testa do paciente, com o objetivo de trazer ao consciente os conteúdos inconscientes. Mas, logo abandona esta técnica e passou a usar a associação livre como o nome já define: o paciente falava sobre as questões que queria resolver sem julgamento ou interrupção por parte de Freud. Esta técnica dá-se o nome de técnica da escuta e que tinha como objetivo relacionar o conteúdo que o paciente trazia na sessão com o inconsciente.   
E o que é inconsciente em linhas gerais? É um local que armazena conteúdos que não estão presentes em nível consciente e por censura interna são mantidos reprimidos.
Assim, Freud revolucionou a psique humana. Dedicou-se toda a sua vida a entender a MENTE. Dividiu-a em três instâncias psíquicas:
·         “Inconsciente (Ics): conteúdos reprimidos;
·         Pré-consciente (Pcs): instância (camada) que mantém conteúdos acessíveis ao nível consciente;
·         Consciente (Cs): instância (camada) responsável pela percepção, atenção e raciocínio”.
Dividir a mente foi fundamental para entendimento da MENTE humana. Freud deu o nome desta divisão de: Primeira Tópica. 
Mas, ele foi além, pois em um segundo momento ele estabeleceu a Segunda Tópica da mente humana em: Id, Ego e Superego. Neste item não há nenhuma intenção de eu me aprofundar, mas entendo a importância de citá-la para complementar os estudos de Freud.  
A Segunda Tópica da mente humana é composta por 03 níveis:
O Id atende as necessidades básicas tais como as necessidades fisiológicas, e ele se manifesta no início da vida. Caso estas necessidades não sejam atendidas, haverá prejuízos emocionais ao longo da vida como: estresse, ansiedade e muitas outras dores emocionais.
Em seguida, o Ego que é o regulador entre o Id e o Superego. Ele também opera como um supervisor que impede o sofrimento psíquico.
E, por último, e não menos importante o Superego, que é a terceira estrutura psíquica da Segunda Tópica. Nele se encontra os nossos padrões morais a partir da cultura que estamos inseridos.
Assim, Freud contribuiu para o entendimento da MENTE humana.
Carl Jung (1875 – 1961), defendia que o inconsciente era um local de desejos reprimidos. Mas, ele também acreditava que existe o inconsciente pessoal (sentimentos e ideias reprimidas por toda a vida) e inconsciente coletivo (sentimentos, pensamentos e lembranças herdados de gerações a gerações). 
Vou dar um exemplo de um mito que faz parte do inconscientemente coletivo das pessoas há tempos:  gato preto traz azar ou mau presságio (mau agouro). E de onde vem está máxima? Vem da Idade Média, principalmente, por terem hábitos noturnos, criou-se este mito do gato e da bruxa com a sua vassoura voadora. Tadinha da velhinha! Era apenas uma humilde senhora que cuidava dos gatos de rua. Mas, há ainda hoje, em pleno século XXI, muitas pessoas que detestam gatos e, muitas vezes, os maltratam e ainda os perseguem.  
Nota-se que para Jung o inconsciente coletivo era um local onde estava guardado os arquétipos que foram herdados dos antepassados, criando assim, até os dias atuais o medo de cruzar com um gato preto durante a noite, principalmente como exemplifiquei acima.
Em resumo, Freud e Jung tinham entendimentos diferentes em relação ao inconsciente. O primeiro, definiu que era um local onde se encontrava conteúdos reprimidos e, o segundo, definiu que havia dois inconscientes (individual e coletivo).
O Pai da Psicanálise e o seu “futuro sucessor” caminharam juntos nos estudos do inconsciente, mas Jung discordava de algumas afirmações do seu tutor, consequentemente, romperam e seguiram separados. Ambos, contribuíram com o seu olhar sobre o inconsciente.

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